Profecias Médicas



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Por Danilo Maciel Carneiro(*)

“Infelizmente o senhor tem no máximo 3 meses de vida. Pode ir para casa preparar-se, pois nada mais poderá ser feito no seu caso.”

Há muitos anos eu escuto o relato de pessoas que receberam esse tipo de prognóstico prepotente e pretencioso por parte de alguns médicos. Mas foram tantas as vezes que eu tomei conhecimento da derrubada dessas previsões futurológicas que, já há algum tempo, eu me acostumei a pensar, a cada relato dessa natureza, que aquela seria a última vez que algum médico posaria de profeta. Ainda não chegou essa última vez ! Infelizmente, com certa freqüência e regularidade, ouço palavras tristes ou revoltadas de pacientes que tiveram sua vida condenada por profissionais de saúde que, à semelhança de deuses encarnados, imaginam poder determinar com precisão os processos vitais e as reações do complexo bio-psicológico e energético que constitui o Ser Humano. Eventualmente, os médicos podem ser grandes expertos no que tange a uma especialidade ou a uma doença em particular ; eles podem ser os mais entendidos em tratamentos e prognósticos clínicos; contudo, nem sempre podem quantificar os potenciais de reação do organismo de um paciente, e nem tampouco dominam todos os recursos terapêuticos existentes neste vasto universo médico (oficial, extra-oficial, acadêmico ou tradicional) a ponto de poder ditar a verdade sobre o desfecho de uma vida.

Certa vez uma peciente contou-me, bastante revoltada, um ano depois da data marcada por um médico para sua inevitável morte, o ríspido diálogo que teve com o tal profeta (digo, médico), no momento de sua precipitada e fatal previsão. Irritado com a reação questionadora da paciente, que relutava em aceitar a sentença de morte logo na primeira consulta, o médico perguntou-lhe, em tom alterado : “A senhora por acaso acha que eu não sei o que estou dizendo, ou que não tenho experiência nesse assunto ?” . A paciente deu-lhe uma das melhores respostas que poderia haver nesses casos : “O senhor pode entender tudo da sua especialidade, pode saber tudo dessa doença, pode conhecer tudo acerca dos seus remédios, mas é completamente ignorante a respeito da minha pessoa e acerca de outras medicinas que existem por esse mundo afora.” O mais incrível é que essa paciente encontrou um tratamento que prolonga sua vida e sua saúde, até os dias de hoje, não em medicinas exóticas ou estrangeiras, mas na prórpia medicina alopática e na mesma especialidade do médico que lhe sentenciara a morrer há um ano. Apenas o que mudou foi a postura do profissional que, dentro de uma abordagem mais humana (e menos divina) , mais clínica e menos academicista, deu à paciente o benefício da dúvida e, conseqüentemente, uma chance de lutar contra a doença e em favor de sua vida, administrando-lhe uma terapia que a auxiliou .

É claro que não estamos aqui falando de iludir pessoas ou de infundir falsas esperanças em pacientes terminais ; tratamos apenas da maneira de abordar um indivíduo portador de uma doença grave e letal. O médico pode dizer, com palavras claras e ternas, que, de acordo com o conhecimento atual da ciência acadêmica e dentro da sua experiência profissional, a doença do paciente é considerada de alto risco e potencialmente fatal ; que as chances de sucesso no tratamento que ele propõe são pequenas e pode ser honesto bastante para dizer que ele, pessoalmente, não conhece outra alternativa terapêutica para o caso. Entretanto, penso que um mínimo de humanidade, descontaminada de assepsias cientifistas, é suficiente para colocar ao lado do paciente o médico de boa vontade, para lutarem juntos contra a doença, com todas as armas terapêuticas que ele conhece e dispõe. Não consigo ver justificativas para uma postura arrogante, fria e distante que, sem qualquer toque de sensibilidade ou de psicologia, atire à queima roupa, contra um paciente assustado e carente, uma sentença inexorável de morte com prazo determinado.

Uma outra paciente disse-me, amargurada, quase dois anos depois do dia da sua pretensa morte, que passou a ter trauma do natal e do ano ano novo, pois a época marcada por um médico para a seu falecimento coincidia exatamente com essas datas festivas. A paciente e toda a sua família passaram dias de angústia e sofrimento à espera do desenlace fatal da doença que então a acometia. Movida por uma grande determinação e força de auto-cura, essa paciente recorreu a vários tipos de tratamentos tradicionais e não-acadêmicos e, sem poder eleger uma terapia única responsável pelo seu sucesso (às vezes perguntando-se se não teria sido curada por sua fé), essa mulher está hoje em estado de saúde melhor do que o seu sentenciador. A nós, médicos e em especial aos pesquisadores, pode interessar muito a determinação de qual terapia foi mais ou menos eficiente no processamento dessa cura, mas à paciente o que interessa é a recuperação de sua perspectiva de vida.

Dentro de uma visão holística do saber médico e da cura, eu incentivo os pacientes portadores de doenças consideradas incuráveis ou potencialmente fatais a procurarem, de acordo com seu coração e com sua razão, as terapias que ele sinta ou julgue serem úteis ao seu processo de cura e penso que cabe ao médico participar dessa cruzada dando o melhor de si e de suas terapias no sentido de auxilar na recuperação da saúde do paciente. Uma avaliação cíentífica menos imediatista ou purista poderá, com o tempo, dar pesos relativos aos métodos terapêuticos utilizados nesses casos.

Esta reflexão visa, por um lado, aconselhar aos pacientes que, diante de um prognóstico frio e fatal, procurem outras opiniões e busquem fortalecer-se psicólogica e afetivamente para lutarem pela vida (se assim desejarem) e , por outro lado, sugerir aos colegas médicos que, diante de um caso aparentemente incurável, busquem ter sensibilidade, humildade e inteligência para vencer a prepotência e a pretensão, colocando-se, por um minuto, no lugar do paciente e posicionando-se de uma maneira humana ao darem o seu parecer profissional.

(*) Dr. Danilo Maciel, de Goiania, especialista em fitoterapia Ayurvédica.


Conteúdo incluído em 03/02/2007    |    Atualizado em 03/06/2015

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